segunda-feira, 18 de maio de 2009

Os 90s.

Eu sempre fui fascinado pelos anos 90, as t-shirts, o cenário musical, os filmes. Tudo parecia mais verdadeiro, mais original. Cheguei a pensar que isso se deve ao fato de sempre pensarmos que a década anterior foi melhor, mas a década de 1990 foi realmente memorável.

Apesar de ter vivido essa década na minha infância - o que foi excelente, porque até os animes/programas destinados a crianças eram melhores-, a medida que fui crescendo e entrei nos anos 2000, a década de 90 continuou sendo referência e se manteve presente no meu dia-a-dia. O movimento grunge, as rock legends, filmes de Tim Burton, tudo isso me prendeu, e me prende até hoje.

Desde o começo do ano, tenho ouvido excessivamente o grunge dos 90s e leio e me admiro cada vez mais com as histórias das bandas, as músicas e aquele sentimento que só o grunge pode expressar.

Ao falar nesse assunto, surge inevitavelmente, o assunto dos "mártires" dos anos 90. Muita gente fala, chora e gira em torno da morte do Kurt Cobain, mas, apesar de respeitá-lo e ouvir sua música, a trajetória e o fim dele não me prendem tanto a atenção, já que ele se matou no auge da carreira (sem teorias da conspiração sobre viúvas assassinas, por favor), optando por "queimar de uma vez ao invés de apagar aos poucos".

As letras das músicas do chamado Som de Seattle, ou Grunge, são marcadas por sentimentos como angústia e sarcasmo, e ninguém melhor para escrever sobre isso e interpretar tais sentimentos do que Layne Staley.



Staley morreu sozinho em casa, de overdose causada pela speedball (mistura de heroína e cocaína). Antes de seu suspiro final, ele já estava esquecido, desempregado, seu fígado não funcionava mais, ele havia perdido vários dentes e fazia suas necessidades nas calças. Seu corpo foi encontrado duas semanas após sua morte, quando uma vizinha ligou para a polícia dizendo "não ver sinal de vida dele a algumas semanas".

Em uma de suas últimas aparições, no MTV Unplugged, existe uma música em especial que relata perfeitamente essa situação, a depressão e angústia. Um Layne Staley banguelo, só pele e ossos cantando Down in a Hole.

Aqui vai o vídeo:

http://www.youtube.com/watch?v=qmkUe8qr3kk

E uma tradução da letra, feita por mim, já que as traduções que soltam pela internet são ridículas:

Down in a Hole
Caído no buraco

"Me enterre suavemente nesse útero, te entrego essa parte de mim
Chuvas de areia caem, e aqui eu fico, segurando flores raras em uma tumba.

Caído no buraco, e eu não sei se posso ser salvo, veja meu coração, ele está decorado como um túmulo.
Você não entende o que eles achavam que eu deveria ser,
Olhe pra mim agora, um homem que não se deixa existir.

Caído no buraco, perdendo minha alma
Caído no buraco, perdendo o controle
Gostaria de voar, mas minhas asas foram negadas

Caído no buraco, e eles colocaram todas as pedras no lugar
Eu havia comido o sol e queimei meu paladar
Eu fui o culpado de minha própria queda
Eu não vou falar mais dos meus sentimentos escondidos

Me enterre suavimente nesse útero, eu quero estar dentro de você".

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