terça-feira, 12 de maio de 2009

A alegria da mediocridade.

Ainda não tive saco pra arrumar as configurações daqui, porém, enquanto der pra ler, tá nice.

Hoje foi um dia bastante reflexivo, pensei sobre muitas coisas (na maioria, problemas -e na maioria, problemas não resolvidos) e, enfim, pensei a respeito. Tentei retomar às origens dos problemas, o que me remeteu à formação da minha personalidade que, sinceramente, muito me orgulha. E muito me fode.

Voltei aos tempos da escola.

Desde a infância, no primário, a mediocridade do ser humano começa a dar as caras. Desde essa época, nos é imposta a rotulação, os padrões, e o que parece "normal". O conceito de normalidade, entretanto, é tido como uma postura certa a se tomar, e assim nos é imposto pela sociedade (até então representada pelos 'colegas'). Desde cedo a criança começa a perceber a crueldade daqueles que o cercam. Definitivamente, não há nada mais cruel, mesquinho, terrível, sincero e morbidamente eficaz em insultos que um coleguinha de primário.

Se você não for essencialmente como eles, ou seja, medíocre em todos os aspectos, é motivo de piada ou recebe algum rótulo: gordo demais, magro demais, alto demais, baixo demais, inteligente demais, burro demais. Você têm de ser como eles, comum, no padrão. Se não gosta da mesma música que eles, ou se gosta de ler, ou se não gosta de TV, você é estranho, uma aberração.

E a sociedade trata todos nós assim, desde os "coleguinhas" de primário, até os colegas de faculdade, para os colegas de trabalho e vizinhos. O rótulo da não-mediocridade te perseguirá e, as vezes, como eu, você vai ter que se fingir de idiota, como os demais, para se encaixar em algum grupo. O que nunca funciona, porque, se você não for como o rebanho, você provavelmente irá achá-los repugnantes e não vai se sentir confortável.

A cultura da mediocridade e da alienação, sempre esteve presente; ora via Igreja Católica na Idade das Trevas, ora via Igreja Universal, Rede Globo e Veja na Idade Contemporânea das Trevas.

Eu entendo perfeitamente que o povo tem que ser povo, que deve existir uma classe intelectualmente e culturalmente inferior, que seja dominada e usada pelos demais. O que eu não consigo entender é o orgulho que eles sentem por ser essa classe de senso-comum, dominada, usada, medíocre. E eles são satisfeitos assim, todos esses "clones", com vidas idênticas, programas idênticos, gostos idênticos e padrões de beleza idênticos que, não obstante, pensam que são MELHORES que os demais. Isso me fascina.

Também fascina vocês?

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